A dança e a mitologia estão intimamente ligadas em Bali, num “casamento” onde a técnica e a dedicação se traduzem em excelência!!
São 3 as mais tradicionais formas de expressão: Legong , Barong e Kecak Dance.
São denominadas “danças” mas revelam muito além dos harmoniosos e precisos movimentos, trazem para os espetáculos a dramatização e a musicalidade. As apresentações podem acontecer em um típico teatro balinês, numa arena, galpão ou até em um espaço adaptado.
Os intérpretes da Legong e Barong são acompanhados por música ao vivo. Os instrumentos típicos e raros já decoram o palco desde a entrada do público, muitos deles ornados em madeira talhada e pintada de dourado. São os músicos sempre os primeiros a ingressar no palco e num movimento extremamente ritmado tocam os primeiros acordes, dando o tom ao que está por vir.
Legong é um espetáculo suave, retratando romances míticos e heróicos. Originalmente era representado por crianças que ainda não tinham alcançado a puberdade, treinadas com muita disciplina desde os 5 anos de idade.
Hoje apenas alguns grupos tem as crianças como protagonistas. Numa segunda apresentação da Legong tivemos o prazer de assistir algumas meninas e um garoto divinos, tão preparadas pra essa arte que foi difícil de assimilar como conseguiam representar e bailar tão bem com tão pouca idade!!
As características mais marcantes da Legong são os movimentos que fazem com os dedos intrincados, os olhos expressivos que movem-se em grande velocidade e as inúmeras emoções traduzindas por expressões faciais que se alternam a todo tempo.
Já o Barong é mais dramático e em essência retrata a constante busca pelo equilíbrio entre as forças do bem e do mal. O Barong representa o espírito protetor, cultuado pelo povo balinês, e Rangda o espírito rival.
Nenhuma das forças vence ao final deixando como ensinamento a eterna vigilância de ambas e a necessidade dessa coexistência para dar sentido a vida. As máscaras com a figura do Barong são vistas em muitos lugares da Ilha mostrando a crença na proteção desse ser mítico.
A Kecak ao invés de acompanhamento musical com melodias provindas dos instrumentos tem outra belíssima manifestação, um coro de mais de 50 homens cria sons excepcionais: anasalados, graves, estridentes, sopros, ruídos … numa sinfonia belíssima provinda do caos e das formas mais inóspitas de produção de som a partir do corpo humano.
Não existem microfones ou caixas acústicas, todas as melodias vem das caixas “toráxicas”.
O Kecak se inicia geralmente durante o por do sol, pois precisa da noite para dar contraste ao fogo presente na cena final.
As datas e versões exatas sobre a concepção das danças não são muito claras, mas o fato mais importante é que elas ensinam através de mitos e signos da cultura Hindu. Mais uma vez a religião pulsa se apropriando da arte como forma de expressão e absorção.
As danças não são apenas contempladas por turistas mas também pela população que com olhos concentrados demonstra sua admiração e amor por essa arte.
Os balineses se orgulham de seus artistas e para os artistas é uma honra estar em cena !!
Pra nós, mesmo não seguidores do Hinduísmo, as danças mexeram com o nosso incosciente nos causando reflexão…
A perfeição com que essas artes se apresentam ao palco é tocante, desde os figurinos impecáveis, o requintes dos acessórios, maquiagens, a unidade de movimentos, o ritmo das músicas, o coro uníssono…
As danças balinesas revelam a preocupação de seus criadores e intérpretes em executar suas funções com nada menos do que a excelência… e a excelência e a superação de expectativas tem mesmo o poder de causar emoção !!
Você já alcançou a excelência em algum gesto hoje ??
Por Luah Galvão
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